No âmbito de mais uma cicloperegrinação da Marinha de Guerra, tive a oportunidade de realizar uma vontade antiga, fazer o caminho de Santiago.
No passado dia 22 de Junho ás 13H em ponto, 27 militares entre os quais Oficiais, Sargentos e Praças da Briosa, com um camião para toda a logística e um autocarro para transporte de pessoal, levantaram ´´Ferro´´ da Base Naval do Alfeite rumo ao Porto.
A dormida e jantar foi no Centro de Apoio Social, nas instalações do antigo Quartel do Bom Pastor, Arca de Água, Porto.
23 de Junho
Sé do Porto - Vila do Conde – Rates – Barcelos - Ponte de Lima
A alvorada foi as 07.00H depois de um bom e reforçado pequeno almoço e “fardado” a rigor de ANSIBIKER, já de bicicleta dirigimo-nos ate a Sé do Porto onde se iniciava a peregrinação.As 09.30 depois de uma missa realizada pelo Capelão da Marinha, também ele peregrino, iniciámos o caminho Português rumo a Santiago.
Rates foi onde se realizou o almoço, depois de alguma espera pelo camião logístico lá se começou a comer muitas iguarias vindas das terras de origem dos intervenientes entre essas iguarias lá estava o bom vinho da Gramatinha e o belo queijo do Rabaçal a representar e dignificar Ansião.
A saída de Rates o caminho começava a mostrar-se mais rural passando por estradões de terra e zonas pedregosas e foi numa dessas zonas que surge a minha primeira e única avaria de todo o percurso, corrente partida. Logo apareceram logo uns 20 elos de corrente pois o meu tinha ficado no camião lol depois de resolvida a avaria, ´´siga a Marinha que o exercito esta cansado!´´
As 16h horas começamos a chegar a ponte de lima e como o albergue estava lotado tivemos de montar a tenda no parque de campismo. Enquanto uns montavam tendas outros faziam a bela massa de bacalhau que acompanhada de um bom vinho soube que nem gingas e depois de bom convívio fomos para o merecido descanso.
Dia 24
Ponte de Lima – Valença – Tui - Redondela
Alvorada ás 07.00H depois de um banho bem quente e pequeno almoço tomado começa o segundo dia de peregrinação.Os mais experienciados nestas andanças de anos anteriores la começaram a falar da tão temida serra da Labruja que aí vinha! Quanto a ela (Serra da Labruja) não há fotos que façam justiça às suas reputadas subidas cravadas de pedras. Sem dúvida a parte mais dura do caminho mas transponível (não esquecer que sem sofrimento não há gloria!). Chegamos a Valença onde se realizou o almoço. Com 42 graus de temperatura la retomamos a viagem. Sempre bastante rolante e com muito alcatrão, chegamos ao centro de Tui e segue-se rio acima! Com muitos furos e correntes e cabos de travões, raios partidos chegamos a Redondela. O ponto de encontro era na praça do Albergue mas mais uma vez este estava esgotado, depois de varias horas de espera muitos telefonemas e alguns sonos em solo duro (em cima do passeio e bancos de jardim) o município de Redondela, disponibilizou o gimnodesportivo que parece que esta disponível apenas para grupos grandes, quando o albergue se encontra lotado.
Já era noite quando se começou a tratar da massa de frango que meus amigos estava de comer e chorar por mais, e caminha com eles!
Dia 25 de Junho
Redondela – Pontevedra – Caldas de Reis – Santiago de Compostela
Alvorada ás 07.00, rumo a Pontevedra. Paragem obrigatória na praça “A Peregrina” junto ao Santuário da Virgem Peregrina que aproveitamos para visitar.O almoço foi um pouco prático num local magnifico, as cascatas da Barosa! Depois de uns banhos, barriga cheia e um breve sono com 45 graus infernais e sem vento foi destilar ate ao tão esperado destino.
A chegada, foi um dos pontos altos da viagem, confesso que para mim foi comovente. Entrámos em Santiago em coluna por um, para os leigos significa em fila, com o nosso Capelão na frente e com a bandeira lusa ao vento, ninguém ficou indiferente a passagem do grupo de Marujos e chegamos a entrada do santuário onde reencontramos alguns amigos que fomos fazendo ao longo do percurso e que também iam chegando.
Chegámos com cerca de 280klm feitos.
O jantar e dormida foi no Monte Gozo, umas excelentes instalações com 20 pavilhões com quartos de 6 pessoas com beliches.
Dia 26 assistimos á missa onde o nosso Capelão participou e onde foi dada uma saudação especial ao ‘’grupo militar da Marinha Portuguesa’’ com sotaque espanhol. De seguida grupo foi carimbar a credencial do peregrino, comprar uns “recuerdos” para as famílias e fazer uma pequena visita á cidade.
Depois de almoçar, rumámos a Lisboa ao som de grandes gargalhadas em franco convívio a trocar impressoes sobre a peregrinação e de algumas quedas e avarias ao longo do percurso.
Chegamos a Lisboa era 23.00H, com o espírito de missão cumprida e vontade de repetir.
Nuno simões